
Sessão especial marcada para o próximo dia 17 de maio na Câmara Municipal de Belém vai discutir soluções para a realização da tradicional homenagem dos estivadores durante o Círio de Nossa Senhora de Nazaré. A proposta do vereador Adriano Coelho(PDT) teve aprovação unânime dos parlamentares presentes à sessão ordinária desta terça-feira,8. O objetivo é debater, junto com a categoria e os representantes dos órgãos de segurança pública e diretoria da Festa de Nazaré, as causas que impediram a realização da homenagem do Sindicato dos Estivadores no Círio de 2017.
Segundo registros do Sindicato, a tradição da homenagem dos trabalhadores do porto durante o Círio remonta a 1914 com a fundação da União dos Estivadores de Belém que em 1939 se fundiria com os Estivadores do Lloyd Brasileiro e com os Estivadores de Descarga e Carregamento de Castanha do Pará. À época houve a escolha da Virgem de Nazaré como padroeira da categoria e iniciou-se as homenagens na trasladação e no dia do Círio com os estivadores atirando pétalas de rosas na passagem da berlinda. As flores foram substituídas pela queima de fogos de artifício em 1947, quando em razão de uma promessa feita pelos trabalhadores à padroeira, o Porto de Belém superou um período muito difícil em que uma acentuada interrupção da atracação de navios prejudicava não só a categoria, mas toda a economia da capital.

Debate amplo
Atendendo demanda dos trabalhadores do Porto de Belém, o vereador Adriano Coelho propõe que todas as questões envolvendo a proibição da homenagem com fogos de artifício na Praça dos Estivadores sejam explicadas e discutidas amplamente até para que a população de modo geral tenha conhecimento do assunto.
Entretanto, as preocupações dos estivadores vão além de manter a tradição da homenagem no Círio. ” O Sindicatos dos Estivadores é a instituição que defende os direitos de uma categoria que vem enfrentando muitas dificuldades para se manter atuante. Exemplos disso são os problemas causados pelo naufrágio do navio libanês no porto de Barcarena em 2015 e a construção do Porto Belém do Futuro que interfere diretamente em cerca de 100 mil postos de trabalho na área portuária. São milhares de famílias que dependem dessa atividade e que merecem a nossa atenção”, ressaltou Adriano Coelho.
A tradição dos fogos na passagem da berlinda pela Praça dos Estivadores se incorporou à festividade do Círio de Nazaré, mas no ano passado foi interrompida por questões de segurança alegadas pelo governo do Estado por meio dos órgãos de segurança pública. O Sindicato questiona os argumentos e afirma que todas as exigências e procedimentos técnicos necessários para a realização da homenagem na praça foram cumpridos, que historicamente nunca houve registro de acidentes durante o evento e que, por isso, não haveria motivos para a categoria transferir a queima dos fogos para outro local, como foi proposto pelo governo estadual.